O QUE É ALFA (Alpha)
Alfa (a letra grega α) é um termo usado em Finanças para descrever a capacidade de uma estratégia de investimento de superar o mercado, ou seja, sua “vantagem”. Alfa também é frequentemente denominado de “retorno excessivo” ou “taxa anormal de retorno”, que se refere à ideia de que os mercados são eficientes e, portanto, não há como obter sistematicamente retornos que excedam o mercado como um todo. Alfa é frequentemente usado em conjunto com beta (a letra grega β), que mede a volatilidade ou risco do mercado em geral, conhecido como risco sistemático de mercado.
O índice Alfa também é usado em finanças como uma medida de desempenho, indicando quando uma estratégia, trader, ou gestor de carteira conseguiu superar o retorno do mercado durante algum período. Alfa, muitas vezes é considerado o retorno ativo de um investimento, mede o desempenho de um investimento contra um índice de mercado ou benchmark que é considerado como sendo o movimento do mercado como um todo.
O retorno excessivo de um investimento em relação ao retorno de um índice de referência é o valor de alfa do investimento. O alfa pode ser positivo ou negativo e é o resultado de um investimento ativo. Beta, por outro lado, pode ser obtido através do investimento passivo de índice.
PONTOS DE DESTAQUE
Alfa refere-se ao excesso de retorno obtido com um investimento acima do retorno do benchmark.
Os gestores de portfólio procuram gerar Alfa em portfólios diversificados, com diversificação destinada a eliminar riscos não-sistemáticos.
Como a alfa representa a performance de uma carteira em relação a um benchmark, muitas vezes é considerada como representando o valor que um gestor de carteira adiciona ou subtrai do retorno de um fundo.
O Alfa de Jensen leva em consideração o modelo de precificação de ativos de capital (CAPM) e inclui um componente ajustado ao risco em seu cálculo.
ENTENDENDO O ÍNDICE ALFA
Alfa é uma das cinco relações de risco de investimento técnico populares. As outras são Beta, Desvio padrão, R-squared, e o Índice Sharpe. Todas estas são medidas estatísticas utilizadas na Teoria moderna de portfólio. Todos estes indicadores se destinam a ajudar os investidores a determinar o perfil de retorno de risco de um investimento.
Os gestores ativos de portfólio buscam gerar alfa em carteiras diversificadas, com diversificação destinada a eliminar o risco não-sistemático. Como o alfa representa o desempenho de uma carteira em relação a um benchmark, muitas vezes é considerado como representando o valor que um gestor de carteira adiciona ou subtrai do retorno de um fundo.
Em outras palavras, alfa é o retorno de um investimento que não é o resultado de um movimento geral no mercado maior. Como tal, um alfa de zero indicaria que a carteira ou fundo está acompanhando perfeitamente o índice de referência e que o gestor não adicionou ou perdeu nenhum valor adicional em comparação com o amplo mercado.
A Hipótese dos Mercados Eficientes postula que os preços de mercado incorporam todas as informações disponíveis em todos os momentos, e assim os títulos são sempre avaliados de forma adequada (o mercado é eficiente.) Portanto, de acordo com a hipótese, não há como identificar sistematicamente e aproveitar os erros de preço no mercado porque eles não existem.
Se os erros de cotação forem identificados, eles são rapidamente arbitrados e os padrões persistentes de anomalias de mercado que podem ser aproveitados tendem a ser poucos e distantes.
Evidências empíricas comparando retornos históricos de fundos ativos em relação a seus benchmarks indicam que menos de 10% de todos os fundos ativos são capazes de ganhar um alfa positivo durante um período maior que 10 anos, e esta porcentagem cai uma vez que impostos e taxas são levados em consideração. Em outras palavras, o alfa é difícil de ser obtido, especialmente depois de impostos e taxas.
Como o risco beta pode ser isolado pela diversificação e cobertura de vários riscos (que vem com vários custos de transação), alguns propuseram que o alfa não existe realmente, mas que ele simplesmente representa a compensação por assumir algum risco não coberto que não tinha sido identificado ou que foi negligenciado.
PROCURANDO ALFA
O índice Alfa é comumente usado para classificar fundos ativos, bem como todos os outros tipos de investimentos. É frequentemente representado como um único número (como +3,0 ou -5,0), e isto normalmente se refere a um percentual que mede como a carteira ou fundo se comportou em comparação com o índice de referência (ou seja, 3% melhor ou 5% pior).
Uma análise mais profunda do alfa também pode incluir o “alfa de Jensen”. O alfa de Jensen leva em consideração a teoria de mercado do modelo de precificação de ativos de capital (CAPM) e inclui um componente ajustado ao risco em seu cálculo. Beta (ou o coeficiente beta) é usado no CAPM, que calcula o retorno esperado de um ativo com base em seu próprio beta particular e no retorno de mercado esperado. Alfa e beta são usados em conjunto pelos gestores de investimentos para calcular, comparar e analisar os retornos.
Todo o universo de investimentos oferece uma ampla gama de títulos, produtos de investimento e opções de consultoria a serem consideradas pelos investidores. Diferentes ciclos de mercado também têm influência no alfa dos investimentos em diferentes classes de ativos. É por isso que as métricas de risco-retorno são importantes e devem ser consideradas em conjunto com o alfa.
COMO CALCULAR O RETORNO ESPERADO DE UM ATIVO OU PORTFÓLIO
Para descobrir o Alfa de um ativo ou fundo de investimento é preciso adotar o modelo chamado CAPM (Capital Asset Pricing Model). Antes de identificar o índice Alfa é necessário calcular o retorno esperado de um ativo ou portfólio, através da seguinte equação:
E(ri) = Rf + Bi(E(rm) – Rf)
Sendo que:
E(ri) representa a expectativa de retorno do ativo;
Rf representa o retorno da taxa livre de risco;
Bi representa o beta do ativo;
E(rm) representa o retorno esperado da carteira de mercado.
COMO CALCULAR O ÍNDICE ALFA DE JENSEN
Para analisar com precisão o desempenho de um gestor de recursos, um investidor deve olhar não apenas para o retorno geral de uma carteira, mas também para o risco dessa carteira para ver se o retorno do investimento compensa o risco que ele assume. Por exemplo, se dois fundos têm ambos um retorno de 12%, um investidor racional deve preferir o fundo menos arriscado. O índice de Alfa de Jensen é uma das maneiras de determinar se uma carteira está obtendo o retorno adequado para seu nível de risco.
Se o valor for positivo, então a carteira está recebendo retornos em excesso. Em outras palavras, um valor positivo para o alfa de Jensen significa que um gestor de fundos “venceu o mercado” com suas habilidades de seleção de ações.
De acordo com o CAPM, se o alfa de qualquer ativo ou fundo for maior que zero, significa que obteve um retorno acima do esperado. Do contrário, o ativo teve uma performance abaixo das expectativas
Alfa = R(i) – (R(f) + B x (R(m) – R(f)))
onde:
R(i) = o retorno realizado da carteira ou do investimento
R(m) = o retorno realizado do índice de mercado apropriado
R(f) = a taxa de retorno livre de risco para o período de tempo
B = beta da carteira de investimentos em relação ao índice de mercado escolhido
EXEMPLO DE CÁLCULO DO ALFA
Por exemplo, suponha que um fundo tenha realizado um retorno de 15% no ano passado. O índice de mercado apropriado para este fundo retornou 12%. O beta do fundo contra esse próprio índice é 1,2, e a taxa sem risco é de 3%. O alfa do fundo é calculado como:
Alfa = 15% – (3% + 1,2 x (12% – 3%)) = 15% – 13,8% = 1,2%.
Dado um beta de 1,2, espera-se que o fundo seja mais arriscado do que o índice, e assim ganhe mais. Um alfa positivo neste exemplo mostra que o gestor do fundo mútuo obteve retorno mais do que suficiente para ser compensado pelo risco que assumiu ao longo do ano. Se o fundo mútuo retornasse apenas 13%, o alfa calculado seria de -0,8%. Com um alfa negativo, o gestor do fundo mútuo não teria obtido retorno suficiente, dado o risco que estavam assumindo.
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