Value Investing: Como calcular o valor intrínseco das ações

Value Investing é uma estratégia de investimento que se concentra em identificar e adquirir ações que são negociadas por menos do que seu verdadeiro valor, ou seja, comprar "barato" e esperar pelo preço justo. O objetivo é descobrir oportunidades no mercado de ações e investir em empresas que você acredita que estão subvalorizadas.
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INTRODUÇÃO

Já ouviram falar de Value Investing? Essa abordagem de investimento é seguida por ninguém menos que o lendário Warren Buffett, e, se você está procurando se aprofundar no universo das ações, chegou ao lugar certo! Neste post, vamos mergulhar no conceito de Value Investing e ensinar você a calcular o valor intrínseco das ações.

Value Investing é uma estratégia de investimento que se concentra em identificar e adquirir ações que são negociadas por menos do que seu verdadeiro valor, ou seja, comprar “barato” e esperar pelo preço justo. O objetivo é descobrir oportunidades no mercado de ações e investir em empresas que você acredita que estão subvalorizadas.

Preparados para aprender essa técnica que tem transformado a vida de muitos investidores ao redor do mundo? Então, pegue seu bloco de notas e continue lendo para se tornar um mestre em Value Investing! Vamos lá!

O QUE É VALOR INTRÍNSECO

Vamos começar esclarecendo o que é esse tal de valor intrínseco. O valor intrínseco é uma estimativa do valor real de uma ação, independente do seu preço atual no mercado. É como se fosse o preço “justo” da ação, considerando todos os aspectos da empresa, como seus fundamentos, fluxo de caixa, perspectivas futuras e outros fatores importantes.

O valor intrínseco é o coração do Value Investing porque, se você acredita que uma ação está sendo negociada por menos do que seu valor real, significa que há uma oportunidade de investimento ali. Então, ao adquirir essa ação “subvalorizada”, você espera que, no futuro, o mercado reconheça seu verdadeiro valor e o preço suba.

A ideia principal é que o preço de mercado nem sempre reflete o valor real de uma empresa. Às vezes, o mercado pode ser influenciado por emoções, notícias de curto prazo e outros fatores que podem distorcer o preço das ações temporariamente. Portanto, ao calcular o valor intrínseco, você está se baseando em uma análise mais racional e objetiva da empresa, ignorando essas oscilações temporárias do mercado.

Agora que já entendemos o conceito básico do valor intrínseco, é hora de mergulhar nas técnicas para calculá-lo. 

A ABORDAGEM DO VALUE INVESTING

Agora que já sabemos o que é o valor intrínseco, vamos falar um pouco mais sobre a abordagem do Value Investing. Essa estratégia foi popularizada por ninguém menos que Benjamin Graham, autor do best-seller O Investidor Inteligente, e seu famoso discípulo, Warren Buffett. Eles defendem que, ao investir em ações subvalorizadas, é possível obter retornos superiores ao mercado a longo prazo.

O segredo do Value Investing está em comprar ações com um “desconto”. Ou seja, quando a ação está sendo negociada por menos do que seu valor intrínseco, você está pegando uma pechincha! A ideia é que, ao fazer isso, você se torna coproprietário de uma empresa sólida e de qualidade, mas pagando um preço menor do que ela realmente vale. É como comprar um carro esportivo de luxo pelo preço de um popular!

Mas como identificar essas oportunidades? Existem algumas características que os investidores de valor procuram nas empresas, como:

  • Boa margem de segurança: Essa margem é a diferença entre o preço da ação e o valor intrínseco. Quanto maior a margem, mais “desconto” você está conseguindo e menor o risco do investimento.
  • Bons fundamentos: Empresas sólidas, com bons balanços patrimoniais, baixo endividamento e fluxo de caixa consistente, são geralmente alvos dos investidores de valor.
  • Crescimento sustentável: Embora o foco seja em empresas subvalorizadas, os investidores de valor também buscam empresas com potencial de crescimento a longo prazo.
  • Dividendos: O pagamento de dividendos pode ser um bom indicativo de que a empresa tem boa saúde financeira e gera lucros consistentes.

 

Mas calma, isso não significa que o Value Investing seja uma garantia de sucesso. É importante lembrar que calcular o valor intrínseco envolve estimativas e suposições, e que a abordagem funciona melhor a longo prazo. Portanto, paciência e disciplina são fundamentais nessa estratégia.

Agora que já entendemos a abordagem do Value Investing, vamos aprender a calcular o valor intrínseco e descobrir essas “pechinchas” no mercado!

MODELOS PARA CALCULAR O VALOR INTRÍNSECO

Chegou a hora de explorar alguns modelos para calcular o valor intrínseco das ações. Lembre-se, cada método tem suas peculiaridades e aplicações específicas, então é sempre bom dar uma boa olhada em cada um deles para escolher o que melhor se adapta às suas necessidades. Ah, e antes que me esqueça, vou te apresentar também a famosa “magic formula” do mestre Joel Greenblatt.

  • Modelo de Desconto de Dividendos (DDM): Esse modelo foca nos dividendos que a empresa distribui aos acionistas. A ideia é projetar os dividendos futuros e trazê-los a valor presente, descontando uma taxa de retorno adequada. Quanto maior a capacidade da empresa de gerar dividendos, maior seu valor intrínseco.
  • Modelo de Fluxo de Caixa Descontado (FCD): O FCD é um modelo mais abrangente e considera o fluxo de caixa livre que a empresa gera. O fluxo de caixa livre é o dinheiro que sobra após a empresa pagar suas despesas, investimentos e dívidas. O FCD projeta o fluxo de caixa livre futuros e desconta a uma taxa de retorno exigida. Esse modelo é muito usado por investidores profissionais.
  • Modelo de Avaliação por Múltiplos: Nesse modelo, são utilizados múltiplos como o P/L (Preço/Lucro), P/VP (Preço/Valor Patrimonial) e EV/EBITDA (Valor da Firma/EBITDA) para comparar empresas do mesmo setor e identificar aquelas que estão subvalorizadas em relação às suas concorrentes.
  • Economic Value Added (EVA): O EVA é um modelo que considera o custo de oportunidade do capital investido na empresa. Ele mede a diferença entre o retorno gerado pela empresa e o custo do capital (incluindo tanto dívidas como patrimônio). O EVA é calculado subtraindo o custo do capital do NOPAT (Lucro Operacional Líquido após Impostos). Se o EVA for positivo, a empresa está gerando valor para os acionistas. Já se for negativo, indica destruição de valor.
  • Magic Formula de Joel Greenblatt: Por último, mas não menos importante, temos a famosa “magic formula”! Esse método foi criado pelo guru do investimento Joel Greenblatt e é uma técnica simples e eficaz para identificar empresas de alta qualidade a preços atraentes. A fórmula classifica as empresas com base em dois critérios: retorno sobre o capital (ROC) e relação preço/lucro ajustado (Earnings Yield). As empresas com melhor classificação em ambos os critérios são consideradas as melhores oportunidades de investimento

 

É importante lembrar que nenhum desses modelos é perfeito. Cada um tem suas vantagens e limitações. O ideal é usar uma combinação de modelos e informações adicionais para ter uma visão mais completa da empresa. E lembre-se: é fundamental analisar as projeções e premissas utilizadas nos modelos para garantir que sua análise esteja alinhada com a realidade.

Agora que conhecemos os principais modelos para calcular o valor intrínseco, é hora de colocar a mão na massa e começar a identificar oportunidades no mercado! Boa sorte na sua jornada como investidor de valor!

FATORES E VARIÁVEIS A SEREM CONSIDERADOS NO CÁLCULO DO VALOR INTRÍNSECO

Agora, chegou a hora de falar sobre os fatores e variáveis ​​que precisamos considerar ao calcular o valor intrínseco das ações. Isso é importante porque os modelos que apresentamos são apenas tão precisos quanto os dados e as premissas que usamos neles. Vamos conferir alguns desses fatores e variáveis:

  • Taxa de desconto: Essencial nos modelos de DDM e FCD, a taxa de desconto representa o retorno mínimo exigido pelo investidor. Ela pode ser determinada usando o custo médio ponderado do capital (WACC) ou outras métricas, como a taxa livre de risco acrescida de um prêmio de risco. A escolha da taxa de desconto adequada é crucial para obter uma estimativa precisa do valor intrínseco.
  • Projeções de crescimento: Ao calcular o valor intrínseco, é necessário fazer projeções sobre o crescimento da empresa no futuro. Isso inclui taxas de crescimento de receita, lucro, dividendos e fluxo de caixa. É importante usar premissas realistas e baseadas em informações disponíveis e análises setoriais.
  • Margens e rentabilidade: Avaliar a capacidade da empresa de manter ou melhorar suas margens de lucro e rentabilidade é fundamental. Isso ajuda a entender se a empresa tem vantagens competitivas sustentáveis ​​que permitirão manter seus retornos a longo prazo.
  • Endividamento: A estrutura de capital da empresa, incluindo seu nível de dívida e a capacidade de gerar fluxo de caixa para pagar essa dívida, é importante na avaliação do risco e na determinação da taxa de desconto. Empresas altamente endividadas podem ter maior risco e exigir um prêmio de risco maior.
  • Riscos setoriais e macroeconômicos: Entender os riscos associados ao setor em que a empresa opera e a economia em geral é crucial ao calcular o valor intrínseco. Eventos inesperados, como crises econômicas ou mudanças regulatórias, podem afetar as premissas utilizadas nos modelos.
  • Governança corporativa: A qualidade da gestão e a eficiência com que a empresa é administrada podem ter um impacto significativo no desempenho e no valor da empresa. Investidores de valor buscam empresas bem administradas, com um histórico comprovado de tomada de decisões acertadas.

 

Esses são apenas alguns dos muitos fatores e variáveis ​​que você deve considerar ao calcular o valor intrínseco de uma ação. Como investidor de valor, você deve estar atento às mudanças no cenário do mercado e ajustar suas premissas e análises conforme necessário. Investir é uma arte que exige disciplina e diligência, então esteja sempre preparado para aprimorar suas habilidades e conhecimentos.

EXEMPLO DE CÁLCULO DO VALOR INTRÍNSECO

Uma vez que já conhecemos os fundamentos e os modelos para calcular o valor intrínseco, que tal colocar a mão na massa e fazer um exemplo prático? Vamos usar o modelo de Fluxo de Caixa Descontado (FCD) para calcular o valor intrínseco de uma empresa fictícia chamada “SuperInvest”. Segura a emoção e vamos lá!

  • Projeção de fluxo de caixa livre: Para começar, vamos projetar o fluxo de caixa livre da SuperInvest nos próximos cinco anos. Digamos que a empresa teve um fluxo de caixa livre de R$ 1 milhão no último ano e espera-se que cresça a uma taxa de 10% nos próximos cinco anos. As projeções ficariam assim:

Ano 1: R$ 1.100.000
Ano 2: R$ 1.210.000
Ano 3: R$ 1.331.000
Ano 4: R$ 1.464.100
Ano 5: R$ 1.610.510

  • Taxa de desconto: Vamos supor que a taxa de desconto apropriada para a SuperInvest seja de 12%. Essa taxa é usada para trazer o valor dos fluxos de caixa futuros para o presente.
  • Valor Presente dos fluxos de caixa projetados: Aplicando a taxa de desconto aos fluxos de caixa projetados, teremos os seguintes valores presentes:

Ano 1: R$ 982.143
Ano 2: R$ 963.018
Ano 3: R$ 945.298
Ano 4: R$ 929.013
Ano 5: R$ 914.100

  • Valor Presente dos fluxos de caixa projetados (total): Somando os valores presentes dos fluxos de caixa projetados, temos R$ 4.733.572.
  • Valor terminal: Após o quinto ano, vamos supor que a SuperInvest cresça a uma taxa constante de 3% ao ano. Para calcular o valor terminal, aplicamos a seguinte fórmula: Valor terminal = (Fluxo de caixa livre do último ano projetado x (1 + taxa de crescimento constante)) / (taxa de desconto – taxa de crescimento constante). Neste caso, teremos:

Valor terminal = (R$ 1.610.510 x 1,03) / (0,12 – 0,03) = R$ 20.857.096

  • Valor Presente do valor terminal: Agora, precisamos trazer o valor terminal para o presente usando a taxa de desconto:

Valor Presente do valor terminal = R$ 20.857.096 / (1 + 0,12)^5 = R$ 11.882.658

  • Valor intrínseco: Finalmente, somamos o valor presente dos fluxos de caixa projetados com o valor presente do valor terminal para obter o valor intrínseco da empresa:

Valor intrínseco = R$ 4.733.572 + R$ 11.882.658 = R$ 16.616.230

Então, o valor intrínseco da empresa SuperInvest é de R$ 16.616.230. Esse é o valor estimado que acreditamos ser justo para a empresa, considerando suas projeções de fluxo de caixa e a taxa de desconto.

  • Valor intrínseco por ação: Para calcular o valor intrínseco por ação, basta dividir o valor intrínseco pelo número de ações em circulação. Suponhamos que a SuperInvest tenha 1 milhão de ações em circulação. Logo, o valor intrínseco por ação seria:

Valor intrínseco por ação = R$ 16.616.230 / 1.000.000 = R$ 16,62

 

E aí está! Calculamos o valor intrínseco por ação da SuperInvest usando o modelo de Fluxo de Caixa Descontado. Lembre-se de que esse é apenas um exemplo, e os números e as taxas utilizadas são hipotéticos. Na vida real, você deve buscar informações detalhadas sobre a empresa em que está interessado e utilizar os modelos mais adequados para sua análise.

Em resumo, o cálculo do valor intrínseco é uma parte essencial do value investing, pois nos ajuda a determinar se uma ação está subvalorizada ou supervalorizada. Com uma abordagem criteriosa e disciplinada, você estará pronto para tomar decisões de investimento mais fundamentadas e, possivelmente, mais lucrativas. 

LIMITAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste post, exploramos o conceito de valor intrínseco e como ele é fundamental para o value investing. Embora o cálculo do valor intrínseco seja uma ferramenta valiosa, é importante lembrar que ele também tem suas limitações e deve ser utilizado com cuidado. Vamos dar uma olhada em algumas considerações finais que você deve ter em mente ao calcular o valor intrínseco.

  • Estimativas e premissas: Os modelos de cálculo do valor intrínseco envolvem uma série de estimativas e premissas, como projeções de fluxo de caixa e taxas de desconto. Essas estimativas estão sujeitas a incertezas e podem variar significativamente, o que pode afetar o resultado final. É crucial ser realista e ponderar cuidadosamente as premissas antes de prosseguir com os cálculos.
  • Modelos e abordagens: Existem vários modelos disponíveis para calcular o valor intrínseco, como mencionamos no capítulo “Modelos para calcular o valor intrínseco”. Cada modelo tem suas vantagens e desvantagens, e nem todos são adequados para todas as empresas ou situações. Escolher o modelo certo e combinar várias abordagens pode ajudar a minimizar os riscos e fornecer uma visão mais holística do valor de uma empresa.
  • Cenários alternativos: O futuro é incerto, e os eventos podem mudar rapidamente. Ao calcular o valor intrínseco, é útil considerar diferentes cenários e sensibilizar suas premissas, para que você possa entender o impacto de mudanças nas variáveis-chave. Isso pode ajudá-lo a estar melhor preparado para lidar com imprevistos e tomar decisões mais informadas.
  • Não é uma ciência exata: Calcular o valor intrínseco não é uma ciência exata, e os resultados podem variar com base em diferentes abordagens e premissas. Não se esqueça de que o valor intrínseco é apenas uma peça do quebra-cabeça ao tomar decisões de investimento. Você também deve considerar outros aspectos, como a qualidade da gestão, o setor em que a empresa atua e o ambiente econômico geral.
  • Disciplina e paciência: O value investing é uma abordagem de longo prazo que requer disciplina e paciência. Embora o cálculo do valor intrínseco possa ajudar a identificar oportunidades de investimento, você deve estar disposto a manter suas posições por um período prolongado e resistir às tentações de vender com base em flutuações de curto prazo no mercado.

 

Em conclusão, o valor intrínseco é uma ferramenta importante no arsenal do value investor, mas não deve ser a única consideração ao tomar decisões de investimento. Ao abordar o processo de cálculo com cautela e ter em mente suas limitações, você estará no caminho certo para tomar decisões de investimento mais fundamentadas e possivelmente alcançar maiores retornos no longo prazo.

LIMITAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Hoje, exploramos o conceito de valor intrínseco e mergulhamos de cabeça na estratégia do value investing. Esperamos que essa experiência tenha te dado uma visão bacana de como calcular o valor intrínseco das ações e como isso pode te ajudar a tomar decisões de investimento mais inteligentes.

Mas lembre-se, o valor intrínseco é apenas uma peça desse quebra-cabeça gigante chamado mercado financeiro. Como  investidor, você precisa considerar outros fatores, como a qualidade da gestão, o setor em que a empresa atua e o ambiente econômico em geral. O mais importante é estar sempre aprendendo e se atualizando sobre as melhores práticas do mercado.

E como sempre digo, a paciência e a disciplina são a chave para alcançar sucesso em suas aventuras pelo mundo dos investimentos. O value investing não é uma corrida de curta distância, mas sim uma maratona, onde você constrói seu patrimônio ao longo do tempo.

Então, se você gostou dessa viagem pelo universo do value investing, continue a explorar e aprofundar seu conhecimento. Lembre-se de que os melhores investidores estão sempre evoluindo e aprendendo. Boa sorte em sua jornada pelo universo do value investing!

 

Ficou com dúvidas, gostou do conteúdo ou tem alguma sugestão? Conta pra gente aqui embaixo.

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