O que é CAPM | Modelo de Precificação de Ativos de Capital

O Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM) descreve a relação entre risco sistêmico e retorno esperado para ativos, particularmente ações. O CAPM é amplamente utilizado em todas as áreas de finanças para precificar títulos de risco e obter retornos esperados para os ativos, dado o risco desses ativos e o custo de capital.
CAPM - Capital Asset Pricing Model

Compartilhe

índice

Publicidade

  1. O QUE É CAPM (Capital Asset Pricing Model) | Modelo de Precificação de Ativos de Capital

  2. ENTENDENDO O CAPM

  3. PROBLEMAS COM O USO DO CAPM

  4. CAPM E A FRONTEIRA EFICIENTE DE MARKOWITZ

  5. NA PRÁTICA, QUAL O VALOR DO CAPM

O QUE É CAPM (Capital Asset Pricing Model) ou Modelo de Preços de Ativos de Capital?

O Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM) descreve a relação entre risco sistêmico e retorno esperado para ativos, particularmente ações. O CAPM é amplamente utilizado em todas as áreas de finanças para precificar títulos de risco e obter retornos esperados para os ativos, dado o risco desses ativos e o custo de capital.

ENTENDENDO O CAPM

A fórmula para calcular o retorno esperado de um ativo, dado seu risco, é a seguinte:

ERi        = Rβi         (ERm Rf)

Onde:

ERi = retorno esperado do investimento

Rf = taxa livre de risco

βi =beta do investimento

(ERm -Rf )= prêmio de risco de mercado

 

Os investidores esperam ser remunerados pelo risco e pelo valor do dinheiro no tempo. A taxa livre de risco na fórmula CAPM é responsável pelo valor do dinheiro em termos de tempo. Os outros componentes da fórmula CAPM são responsáveis pela tomada de risco adicional por parte do investidor.

O beta de um investimento potencial é uma medida de quanto risco o investimento irá acrescentar a uma carteira que se parece com o mercado. Se uma ação for mais arriscada que o mercado, terá um beta maior que um. Se uma ação tem um beta menor que um, a fórmula assume que ela reduzirá o risco de uma carteira.

O beta de uma ação é então multiplicado pelo prêmio de risco de mercado, que é o retorno esperado do mercado acima da taxa livre de risco. A taxa livre de risco é então adicionada ao produto do beta da ação e ao prêmio de risco de mercado. O resultado deve dar ao investidor o Taxa Mínima de Atratividade (TMA) exigido ou a taxa de desconto que ele pode usar para encontrar o valor de um ativo.

O objetivo do CAPM é avaliar se uma ação é razoavelmente valorizada quando seu risco e o valor temporal do dinheiro são comparados ao seu retorno esperado.

Por exemplo, imagine que um investidor esteja analisando uma ação no valor de R$100 por ação hoje que paga um dividendo anual de 3%. A ação tem um beta em comparação com o mercado de 1,3, o que significa que é mais arriscada que uma carteira de mercado. Além disso, suponha que a taxa livre de risco seja de 3% e este investidor espera que o mercado aumente o valor em 8% ao ano.

O retorno esperado das ações baseado na fórmula CAPM é de 9,5%:

9.5%=3%+1.3×(8%−3%)

O retorno esperado da fórmula CAPM é usado para descontar os dividendos esperados e a valorização do capital das ações durante o período de participação previsto. Se o valor descontado desses fluxos de caixa futuros for igual a R$100, então a fórmula CAPM indica que a ação está relativamente valorizada em relação ao risco.

PROBLEMAS COM O USO DO CAPM

Há várias premissas por trás da fórmula CAPM que têm demonstrado não se manter na prática. A teoria financeira moderna se baseia em duas suposições: Primeiro, os mercados de valores mobiliários são muito competitivos e eficientes (ou seja, informações relevantes sobre as empresas são rápida e universalmente distribuídas e absorvidas) e segundo, esses mercados são dominados por investidores racionais e avessos ao risco, que buscam maximizar a satisfação a partir do retorno de seus investimentos.

Apesar destas deficiências, o CAPM ainda é amplamente utilizado porque é simples e permite comparações fáceis das alternativas de investimento.

A inclusão do beta na fórmula assume que o risco pode ser medido pela volatilidade do preço de uma ação. Entretanto, os movimentos de preços em ambas as direções não são igualmente arriscados. O período da amostra utilizada para determinar a volatilidade de uma ação não é padrão porque os retornos (e o risco) das ações não são normalmente distribuídos.

O CAPM também assume que a taxa livre de risco permanecerá constante durante o período de desconto. Assumir no exemplo anterior que a taxa de juros dos títulos do Tesouro Brasileiro rodaram entre 2% ou 15% durante o período de 10 anos. Um aumento na taxa livre de risco também aumenta o custo do capital utilizado no investimento e pode fazer com que o ativo pareça supervalorizado.

A carteira de mercado que é utilizada para encontrar o prêmio de risco de mercado é apenas um valor teórico e não é um ativo que pode ser comprado ou investido como uma alternativa às ações. Na maioria das vezes, os investidores usarão um grande índice de ações, como o S&P 500 ou o IBOV para substituir o mercado, o que é uma comparação imperfeita.

A crítica mais séria ao CAPM é a suposição de que os fluxos de caixa futuros podem ser estimados para o processo de desconto. Se um investidor pudesse estimar o retorno futuro de uma ação com um alto nível de precisão, o CAPM não seria necessário.

CAPM E A FRONTEIRA EFICIENTE DE MARKOWITZ

Usar o CAPM para construir um portfólio é supostamente para ajudar um investidor a gerenciar seus riscos. Se um investidor fosse capaz de usar o CAPM para otimizar perfeitamente o retorno de uma carteira em relação ao risco, ele existiria em uma curva chamada fronteira eficiente, como mostrado no gráfico a seguir.

CAPM E A FRONTEIRA EFICIENTE MARKOWITZ

Fonte da imagem: Investopedia

O gráfico mostra como os maiores retornos esperados (eixo y) requerem maiores riscos esperados (eixo x). A Teoria Moderna de Portfólio sugere que a partir da taxa livre de risco, o retorno esperado de um portfólio aumenta à medida que o risco aumenta. Qualquer carteira que se encaixa na Capital Market Line (CML) é melhor do que qualquer carteira possível à direita dessa linha, mas em algum momento, uma carteira teórica pode ser construída na CML com o melhor retorno para a quantidade de risco que está sendo tomada.

A CML e a fronteira eficiente podem ser difíceis de definir, mas ilustram um conceito importante para os investidores: existe um trade-off entre o aumento do retorno e o aumento do risco. Como não é possível construir perfeitamente uma carteira que se encaixe no CML, é mais comum que os investidores assumam riscos demais ao buscar um retorno adicional.

No gráfico a seguir, você pode ver dois portfólios que foram construídos para se encaixarem ao longo da fronteira eficiente. A carteira A deve retornar 8% ao ano e tem um desvio padrão de 10% ou nível de risco. Espera-se que a Carteira B retorne 10% ao ano, mas tem um desvio padrão de 16%. O risco da carteira B aumentou mais rapidamente do que seus retornos esperados.

CAPM e a Capital Market Line

Fonte da imagem: Investopedia

A fronteira eficiente de Markowitz assume as mesmas premissas que o CAPM e só pode ser calculada em teoria. Se existisse uma carteira na fronteira eficiente, ela estaria proporcionando o máximo de retorno para seu nível de risco. Entretanto, é impossível saber se uma carteira existe ou não na fronteira eficiente porque não se pode prever retornos futuros.

Esta relação entre risco e retorno se aplica ao CAPM, e o gráfico da fronteira eficiente pode ser rearranjado para ilustrar o trade-off para ativos específicos. No gráfico a seguir, você pode ver que o CML é agora chamado de Security Market Line (SML). Em vez do risco esperado no eixo x, é usada a beta da ação. Como você pode ver na ilustração, como o beta aumenta de um para dois, o retorno esperado também está aumentando.

NA PRÁTICA, QUAL O VALOR DO CAPM

Considerando todas as objeções contidas na formulação do CAPM e as premissas por trás de sua aplicação na construção de portfólios, pode ser complicado identificar como o CAPM pode ser útil. Entretanto, usar o CAPM como uma ferramenta para avaliar a razoabilidade das expectativas futuras ou para realizar comparações com outros cenários pode apresentar algum valor.

Imagine um assessor de investimentos que tenha sugerido adicionar um ativo a uma carteira com um preço por ação de R$100. O assessor utiliza o CAPM para justificar o preço com uma taxa de desconto de 13%. O assessor pode utilizar esta informação e compará-la com o desempenho passado do ativo e de seus pares para identificar se um retorno de 13% é uma expectativa razoável.

Assumindo neste exemplo que o desempenho dos pares nos últimos anos foi um pouco melhor do que 10%, enquanto que este ativo teve um desempenho constantemente inferior com 9% de retorno. Não deveríamos aceitar a recomendação do assessor de investimentos sem alguma justificativa para o aumento do retorno esperado.

Um investidor também pode usar os conceitos do CAPM e da fronteira eficiente para avaliar sua carteira ou o desempenho individual das ações em comparação com o resto do mercado. Por exemplo, suponha que a carteira de um investidor tenha retornado 10% ao ano nos últimos três anos com um desvio padrão de retorno (volatilidade) de 10%. Entretanto, as médias de mercado têm retornado 10% nos últimos três anos, com um risco de 8%.

O investidor poderia utilizar esta observação para reavaliar como sua carteira é construída e quais ativos podem não estar dentro da SML. Isto poderia explicar porque a carteira do investidor está à direita do CML. Se as participações que estão arrastando os retornos ou aumentam desproporcionalmente o risco da carteira podem ser identificadas, o investidor pode fazer mudanças para melhorar os retornos.

 
Security Market Line

Fonte da imagem: Investopedia

Utilizar o CAPM e a SML estabelece uma conexão entre o beta de uma ação e seu risco esperado. Um beta mais alto significa mais risco, mas uma carteira de ações com o beta elevado poderia existir em algum lugar no CML onde a relação risco x retorno é aceitável, se não o ideal teórico.

O valor desses dois modelos é diminuído por premissas sobre o índice beta e os agentes de mercado que não são verdadeiras nos vida real. Por exemplo, o beta não leva em conta o risco relativo de uma ação que é mais volátil do que o mercado com uma alta ocorrência de queda em comparação com outra ação com um beta igualmente alto que não experimenta o mesmo tipo de movimento de preço para baixo.

Ficou com dúvidas, gostou do conteúdo ou tem alguma sugestão? Conta pra gente aqui embaixo.

 

 

Fique sempre atualizado

Se inscreva em nossa newsletter

Sem spam, só enviamos novas atualizações e conteúdos relevantes.

Publicidade

Chegou a hora de você dominar suas finanças! 

Conheça o curso de Finanças pessoais da RICO Treinamentos.

Clique aqui e saiba mais!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicidade

Fique sempre atualizado

Se inscreva em nossa newsletter

Sem spam, só enviamos novas atualizações e conteúdos relevantes.

Ainda não achou o que buscava? Tente outro termo

Publicidade

Mais recentes

Aqui tem mais conteúdo

Você também pode gostar desses posts

Este site preza pela qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes. Não garantimos que você conseguirá obter quaisquer resultados financeiros usando qualquer um de nossos treinamentos ou posts recomendados.

© 2023 asfinanças.com | Todos os direitos reservados  |  Política de Privacidade   |  Termos de Uso  |  Política de Cookies

Uma empresa Wise Ventures | Wise Real Estate | Wise investor | Wise Class